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  • Bar Zeppelin, aberto em 1937, encantou várias gerações em Ipanema

    Da Redação em 30 de Julho de 2022    Informar erro
    Bar Zeppelin, aberto em 1937, encantou  várias gerações em Ipanema

    Inaugurado em 1937, o bar e restaurante Zeppelin ficava na Rua Visconde de Pirajá, 499, em Ipanema. Seu dono era o austríaco Oskar Geidel, um ex-trapezista do Circo Sarrazani que se encantou com o Rio de Janeiro, principalmente com o bairro de Ipanema onde era grande a comunidade alemã. O nome do bar era em homenagem ao dirigível alemão Graf Zeppelin que fazia a rota Frankfurt-Rio. 
     
    A especialidade da casa era comida austríaca-alemã, com destaque para o pato com maça, e consta que tinha o melhor chope (e mais bem tirado) de Ipanema.
     
    Apesar de irritadiço, Oskar era querido por todos, mesmo tendo uma admiração secreta por Hitler. Durante a Segunda Guerra, o bar chegou a ser depredado por estudantes de esquerda, entre eles, João Saldanha, jornalista e futuro técnico de futebol. Ainda assim, Oskar reconstruiu o bar e manteve o mesmo nome. 
     
    Nos anos 50, era frequentado por nomes como Albino Pinheiro, Millôr Fernandes, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Janio de Freitas, Sérgio Pôrto, Ary Barrozo e Dorival Caymmi. Consta que estas figuras icônicas da "inteligenzia" batiam ponto primeiro na casa do escritor Aníbal Machado e esticavam no Zeppelin.
     
    Nos anos 60, ganhou a frequência de Vinícius de Moraes, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Cecil Thiré, Betty Faria, Cláudio Marzo, Nelson Motta e toda a nata do Cinema Novo.
     
    Também no Zeppelin, em 1968, surgiu a ideia de criar um dos jornais mais críticos e corrosivos dos tempos da ditadura militar: O Pasquim, fundado no ano seguinte por Ziraldo, Jaguar, Millôr Fernandes e Paulo Francis. 
     
    Em setembro de 1968, Oskar decidiu pendurar as chuteiras e vendeu o bar para Ricardo Amaral, recém-chegado de São Paulo. Aposentado, foi morar em Muri, distrito de Nova Friburgo. 
     
    Antes de passar o bar adiante deu uma festa de despedida que ficou famosa como um dos maiores porres da história de Ipanema. Dela ficou o registro da foto "última ceia", com o próprio Oskar, Albino Pinheiro, Carlos Vergara, Ferdy Carneiro (fundador da Banda de Ipanema), entre outros.
     
    O novo dono, Ricardo Amaral, transformou o bar numa vitrine para quem "queria ser visto" e os antigos frequentadores pararam de comparecer. Em 1972, o Zeppelin fechou as portas definitivamente e ficou com uma lenda na noite etílica de Ipanema. Hoje, no lugar onde era o bar foi construído um edifício onde funcionam uma agência bancária e uma farmácia.
     
    Fonte: Ruy Castro, no livro "Ela é Carioca.
     
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      • Comentário do post Ricardo Leitner:
        Nunca entenderei como quando se referindo a nós, austríacos, a "midia" cita coisas como "a comunidade alema" - Desculpem-me mas Austria e Alemanha sao países distintos e BEM diferentes - inclusive o Austríaco nao gosta de ser confundido com o Alemao, por razoes que nao necessitam ser explicadas já que o nível cultural entre estes dois países se diferencia extremamente.
        Comentário do post Bafafá:
        Sim, mas no caso do dono do Zepellin ele tinha identidade com os alemães, por isso escolheu Ipanema para morar, e admiração por Hitler...


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