TURISMO >> Histórias do Rio
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Estrangeiros deram origem a vários bairros no Rio no século XIX
Da Redação em 27 de Julho de 2022 Informar erro
Na primeira metade do século XIX, foram os estrangeiros que iniciaram uma nova mentalidade residencial no Rio de Janeiro. Deslumbrados com a exuberância e o colorido da natureza tropical, procuraram praias e montanhas, até então completamente desprezadas e desabitadas.Com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808, a cidade acolheu milhares de europeus, sobretudo com a chegada das missões diplomáticas e científicas. Os ingleses, e logo depois os franceses, ocuparam a cidade em maior número atraídos pelas regalias aduaneiras e fiscais que eram oferecidas ao comércio.O corpo diplomático e os ingleses deram início à formação dos bairros residenciais da Zona Sul, construindo casas em Santa Teresa, Flamengo e sobretudo Botafogo que eram até então rústicas aldeias de pescadores ou florestas.Até então, ninguém se interessava em edificar uma casa à beira mar ou nas montanhas. E muito menos a inaugurar hotéis nestes lugares.Os ingleses eram conhecidos, assim como os franceses, pelo gosto de desbravar recantos pitorescos para morar.Os nobres franceses ocuparam a Floresta da Tijuca. Como não tinham o compromisso de ir à cidade diariamente, se instalaram em sítios e fazendas nas florestas, onde geralmente se dedicavam ao cultivo do café. Assim, os Taunay se estabeleceram na Cascatinha, que ainda conserva o seu nome; ao lado deles foram morar o Conde de Gestas e sua tia, a Condessa de Roquefeuil, além do príncipe Scey-Mont Aliard, a baronesa de Rouan e muitos outros.A fidalguia portuguesa, por sua vez, inaugurou as vias de expansão urbana para a Zona Norte. Principalmente porque era mais perto da Corte. Edificaram assim as suas casas ao longo do aterrado que deu origem à chamada Cidade Nova e posteriormente para o Estácio, Catumbi, Gamboa e Rio Comprido.Consta ainda que Dom Pedro I também tinha o hábito de desbravar novos lugares na cidade. Teria sido inclusive ele que descobriu o caminho do Corcovado, cabendo-lhe a façanha de ter sido o primeiro homem branco a atingir o seu cume.A partir dessa proeza, a excursão ao alto do Corcovado passou a constituir o passeio predileto dos estrangeiros ou visitantes do Rio.Dessa maneira, a expansão geral urbana foi, aos poucos, obrigando à abertura, ou melhoria de caminhos e estradas que deram origem às “freguesias de fora”, transformadas em bairros residenciais mais aprazíveis e saudáveis.Preferido por estrangeiros, o bairro de Santa Teresa foi o primeiro a receber um transporte mecânico na cidade. Não foi a toa que foi construído em 1877 um plano inclinado a vapor de 513 metros ligando a Rua do Riachuelo, da Ladeira do Castro até o Largo do Guimarães.A elite carioca escolheu o bairro para fugir da insalubridade e das epidemias que eram registradas no Centro. Daí construiu palácios e casarões de inspiração francesa que até hoje encantam.Por ter moradores de várias nacionalidades, era apontado como o mais cosmopolita do Rio, curiosamente situação mantida até hoje pela grande quantidade de “gringos” que lá residem.Fonte: Livro Rio de Janeiro em Seus 400 anosLeia mais:
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