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  • Giuseppe Martinelli, o imigrante italiano que construiu uma das maiores fortunas do Brasil

    Da Redação em 22 de Maio de 2021    Informar erro
    Giuseppe Martinelli, o imigrante italiano que construiu uma das maiores fortunas do Brasil

    Nascido na cidade de Lucca, na Itália, em 1870, Giuseppe Martinelli, imigrou para o Brasil em 1893, desembarcando no Porto de Santos e seguindo para São Paulo, estabelecendo-se como açougueiro. Sua família era de pedreiros e desde pequeno tinha o desejo de tornar-se arquiteto. Não conseguiu cursar a faculdade, mas apesar disso construiu uma das maiores fortunas do Brasil.
     
    No início da Primeira Guerra Mundial, aos 44 anos, percebeu a necessidade de transporte de produtos agrícolas entre o Brasil e a Europa e para isso montou uma empresa de navegação, o Lloyde Nacional. Em 1922, passou a ser conhecido como Comendador e a empresa já possuía 22 navios, além de ser proprietário de empreiteiras, minas de ferro e carvão.
     
    História
    No Brasil, tudo começou quando foi convidado pela firma Fratelli Fiaccadori para abrir uma casa de despachos em Santos. Depois de alguns anos, Giuseppe saiu da Fiaccadori e junto com um dos seus irmãos fundou a Fratelli Martinelli.
     
    Em 1906 a Fratelli Martinelli ganhava destaque, já possuía casas bancárias em Santos e São Paulo e também começou a ser referência para representar firmas exportadoras.
     
    Em 1911, Giuseppe rompeu com seu irmão e criou a “Sociedade Anônima Martinelli” que prosperou ainda mais. O grande salto da empresa se deu em 1915, durante a primeira Guerra Mundial, quando formou uma frota própria de navios a fim de suprir a falta de transportes.
     
    Giuseppe Martinelli estava em ascensão, logo transformou-se em armador, era um dos homens mais ricos de São Paulo. Financeiramente no auge, chegava a hora de realizar seu antigo sonho, queria deixar uma marca na cidade, causar impacto.
     
    Em 1924 ele deu início ao seu empreendimento mais célebre, o Edifício Martinelli, o primeiro arranha-céu de São Paulo. A construção do edifício foi cercada de polêmicas. Originalmente projetado para ter 12 andares, acabou sendo finalizado com 30 pavimentos. Por muitos anos, foi o prédio mais alto da América Latina. Em seguida, o empresário investiu pesado na construção civil.
     
    Em 1929, Giuseppe Martinelli mudou-se para o edifício com a família. Estava, enfim, vendo seu sonho realizado. Ele tinha grandes esperanças que os ricos da sociedade paulistana na época se encantassem com o projeto e mudassem para lá também.
     
    O primeiro morador do edifício foi Arturo Patrizi, professor de dança, que além de morar no prédio também montou uma escola de danças, uma das mais concorridas na época.
     
    Em 1934, o comendador Martinelli teve que vender o prédio para o governo da Itália, devido aos problemas financeiros que o empresário teve durante a construção do edifício. Em 1943, com a declaração de guerra do Brasil ao eixo, todos os bens italianos foram confiscados e o prédio Martinelli passou a ser propriedade da União.
     
    Rio de Janeiro
    Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde construiu oito outros edifícios, todos com quase 20 andares. Na Avenida Oswaldo Cruz comprou um palacete com colunas e torres neogóticas e contratou para o acabamento o arquiteto Antônio Virzi, mestre do estilo surrealista. Como a mansão ficava para o Morro da Viúva, ele construiu no alto do morro uma espécie de quintal de sua propriedade.
     
    Para ter acesso ao morro ele mandou construir um túnel dentro da rocha e um elevador para chegar ao topo. Lá ele ergueu um jardim, quadras, fontes e até uma capela que é uma cópia da Basílica de Lucca, destruída na II Guerra Mundial.
     
    Consta que o convidado de honra da inauguração da capela foi nada menos do que o ditador italiano Benito Mussolini. 
     
    Reza a lenda que uma cigana havia vaticinado que no dia que as obras do palacete terminassem o dono morreria. Diante disso, a casa esteve sempre em obras, inclusive ocupando a propriedade morro acima. 
     
    Em 1976, Sérgio Dourado, na época o maior incorporador imobiliário do Rio, comprou e demoliu o Palácio Martinelli para construir o Edifício Signore del Bosco, um arranha céu de 25 andares.
     
    O jardim no alto do Morro foi incoporado pelo edifício Signore del Bosco e está muito bem conservado, mas só moradores e convidados têm acesso. O espaço possui piscina, restaurante, salão de festas, churrasqueira espaço kid, pavão, galinheiro e quadras de tênis e basquete. É tido como o melhor condomínio-clube do Rio de Janeiro.
     
    Quando morreu em 1946, a herança que deixou era tão colossal que só o inventário pesava cerca de 30 quilos.
     
    Família
    Em seu primeiro casamento teve duas filhas, Irma Martinelli Marzotto e Georgina Martinelli Bonomi. Num segundo casamento, com Rina Cataldi, filha da sua lavadeira, teve um filho que seria seu sucessor, José Benito Guilherme Mario Martinelli.
     
    Em menos de 20 anos, porém, José Benito liquidou parte de sua herança, tinha entre outras coisas 24 casas no Botafogo, três terrenos à beira-mar no Flamengo, o dote da Companhia Imobiliária que incluía o palacete da família, o terreno onde está o Hotel Meridien, em Copacabana e um edifício comercial na esquina da rua Presidente Vargas com a Rio Branco, o Rio Douro.
     
    A família. vendo que ele entregava suas propriedades por quantias irrisórias, pediu e obteve na Justiça em 1982 a interdição de José Benito. Ele gastou desordenadamente o patrimônio, fazendo com que muitos enriquecessem às suas custas.
     
    Fonte: Wikipedia e Biblioteca Nacional
     
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      • Comentário do post Viviane Cristina Martineli jorge:
        Oi sou Viviane Cristina Martineli jorge gostei da homenagem


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