No dia 25 de maio de 1930, os cariocas observaram, espantados, um estranho objeto em forma de charuto sobrevoar a cidade. Não era um disco voador, mas uma proeza da tecnologia: o Zeppelin. Criado em 1887 pelo colombiano Carlos Alban, acabou sendo desenvolvido por seu amigo, o conde e general da cavalaria alemã Ferdinand von Zeppelin a partir de 1895, quando patenteou a aeronave.
O balão dirigível de forma rígida inaugurava uma rota entre o Brasil e a Alemanha, que registraria 22 viagens entre 1930 e 1937. A estranha aeronave partira da Alemanha no dia 18, fizera uma escala no Recife, no dia 22, e três dias depois surgia nos céus do Rio, causando alvoroço na então capital federal.
Não sem motivos. Primeiro dirigível a dar a volta ao mundo, a cruzar o Pacífico, a ficar estático no ar por cinco dias e a ter reabastecimento aéreo, o zeppelin atraía as atenções por onde passava.
Em 1933, o governo brasileiro autorizou o fabricante alemão a construir um aeroporto no Brasil. Baseados em estudos climáticos, na direção e velocidade dos ventos e nas possibilidades de conexão com outros meios de transportes, os técnicos da empresa escolheram uma área em Santa Cruz.
O hangar foi inaugurado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 26 de dezembro de 1936, e recebeu o nome de Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, em homenagem ao padre pioneiro da navegação aérea no Brasil.
Graças ao hangar, foi possível criar uma linha regular entre Frankfurt e o Rio, com escala em Recife.
A explosão do Hindenburg, em 6 de maio de 1937, em Lakehurst , New Jersey, nos Estados Unidos, pôs fim ao sonho de usar balões dirigíveis como um meio de transporte convencional. A aeronave, que tinha tinha 245 metros de comprimento, voava a 135 km/h e levava 50 passageiros e 45 tripulantes, pegou fogo, matando 36 pessoas. O hangar foi transformado na Base Aérea de Santa Cruz.
Nascido em Baden, na Alemanha, em 6 de junho de 1838, Ferdinand von Zeppelin morreu em 8 de março de 1917, a tempo de ver sua máquina voadora ser usada pelos alemães, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), para bombardear Paris. Ao todo, 700 bombas foram despejadas sobre a cidade, deixando um rastro de destruição e 266 mortos, segundo artigo publicado em "Notas de la Grand Guerra", do Instituto de Humanidades da Universidad Rey Juan Carlos.
Fonte e foto: Acervo/OGlobo
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