O cortejo fúnebre da cantora Carmem Miranda foi acompanhado por meio milhão de pessoas pelas ruas do Rio até o cemitério São João Batista, em 13 de agosto de 1955. Sua morte causou comoção nacional e literalmente parou o Rio. Estima-se que foi a maior concentração popular da história da cidade superando até o adeus ao presidente Getúlio Vargas um ano antes.
Ela foi velada antes no saguão da Câmara dos Vereadores onde mais de 60 mil pessoas foram dar o adeus à artista. O corpo foi colocado num caminhão do Corpo de Bombeiros e o cortejo parou no Clube dos Embaixadores para o toque fúnebre e a reprodução da música "Taí", imortalizada por ela. O público presente cantou junto e se emocionou. Pessoas choravam compulsivamente e desmaiavam.
Por todo o percurso, partindo da Cinelândia, incluindo a orla da Praça Paris, Praia do Flamengo e Praia de Botafogo, milhares de pessoas se amontoavam para a despedida acenando lenços brancos.
A artista morreu de parada cardíaca no dia 05 de agosto em Beverly Hills, Califórnia, EUA. Somente na manhã do dia 12 de agosto, o avião Douglas DC-4 Skymaster da Real-Aerovias Brasil, em voo especial, pousava no Aeroporto do Galeão, no Rio, trazendo o seu corpo.
Em 20 anos de carreira ela deixou sua voz registrada em 279 gravações somente no Brasil e mais 34 nos EUA, num total de 313 canções. Ela chegou a ser a mulher mais bem paga dos Estados Unidos onde morou muitos anos.
Carmen Miranda foi a primeira artista latino-americana a ser convidada a imprimir suas mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre, em 1941. Ela também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.
O curioso é que ela nasceu em Portugal em 1909 e foi batizada com o nome de Maria do Carmo Miranda da Cunha e ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que seu tio Amaro tinha por óperas.
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